Meu idolo,esperança e decepção


Adilson Azevedo*

Em meio a essa turbulência constante nas negociações coletivas de trabalho entre servidores e governos estadual e municipal, percebemos que princípios, que num passado recente eram peculiar desses dois ‘jovens políticos’, já não mais se afloram. A torcida e a expectativa eram muito grandes. A paixão e a idolatria, enxergadas neles por muitos companheiros combativos, também já não permanecem com a chama tão acesa quanto antes.


Em meio a essa turbulência constante nas negociações coletivas de trabalho entre servidores e governos estadual e municipal, percebemos que princípios, que num passado recente eram peculiar desses dois ‘jovens políticos’, já não mais se afloram. A torcida e a expectativa eram muito grandes. A paixão e a idolatria, enxergadas neles por muitos companheiros combativos, também já não permanecem com a chama tão acesa quanto antes.

Os dois chefes políticos, recheados das mais diversas vaidades, deixaram-se levar pelo egocentrismo, afastando-se cada vez mais daqueles que um dia os idolatraram e que lhes deram glória, e preferiram os empresários e o capital.


Sob a égide de minha ignorância política, acredito que ainda há tempo para que os dois ‘jovens políticos’ repensem suas trajetórias de vida política e deixem mergulhar dentro de si os princípios de outrora. Se isso é romantismo, eu sou romântico sim, e daí?

(*) Adilson Azevedo é secretário de Cultura e Esportes do Sindicato dos Bancários de Sergipe e funcionário do Banco Real.


Veja o poema abaixo:


Meu ídolo




Meu ídolo envelheceu

Ele ainda não morreu

Hoje nem é tão mais que eu

Que nem mais fã sou seu

Meu ídolo envelheceu

É um grande burocrata

Porém também magnata

(o que até inveja pode causar)

Mas o que nele eu admirava, dinheiro

nenhum pode comprar

Hoje vive sossegado
Prefere o menos arriscado

Não quer mais ser chateado

Não tem nada mais pra dar

Meu ídolo envelheceu

Ele é tão obediente

Se diz mais consciente

Dos mistérios do viver

Mas o que apregoava

Arte e vida desregrada

Hoje deve ser piada

Na mansão, onde vai morrer

Quando jovem extravagante,

atrevido, líbertário

Utopista fascinante, destemido, visionário

Hoje se sente importante dando

apoio a político reacionário

Meu ídolo envelheceu

Aparenta estar melhor que eu

Que ainda tento aprender

Tudo que ele já esqueceu

Meu ídolo envelheceu

Nem é mito, nem morreu

Hoje nem é tão mais que eu

Que nem mais fã sou seu


(Luiz Gayotto)

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