Professores contratados pela prefeitura de Lagarto estão há dois meses sem receber salarios

O clima entre os profissionais do magistério contratados pela Prefeitura de Lagarto é de revolta. Desde que iniciaram o ano letivo, os professores estão sem receber um real de salário. O atraso já dura 80 dias, apesar das constantes promessas do prefeito Valmir Monteiro (PSC) de pagar os vencimentos atrasados.

Segundo uma professora, que não quer se identificar com medo de ser demitida, a decepção é grande entre os contratados. Ela relata que há pessoas que deixaram de trabalhar em outros municípios acreditando que em Lagarto a perspectiva seria bem melhor.

”Tem deles que já estão passando fome, eu mesma sou um. Para você ter uma idéia, estou fazendo a minha feira com R$ 20,00, assim mesmo porque o meu sogro me dá R$ 10,00 e o meu pai mais R$ 10,00. Já estou com o pagamento da água e da energia atrasado, desde janeiro que eu não pago. Já estou vendo a hora de ver o meu nome no SPC por conta da falta de pagamento da energia e a água cortada pela Deso, pode uma coisa dessa?”, desabafa a professora.

Ela detalha, com revolta, as constantes promessas do prefeito Valmir em relação ao pagamento dessa dívida. De acordo com a professora, no final de fevereiro, todo o magistério contratado, segundo o prefeito, deveria sacar seu pagamento. “No entanto, nada foi pago a ninguém. Aí veio a primeira desculpa, de que o pessoal dele era novo, que ainda estava em fase de transição, mas que no fim de março todos receberiam relativo aos dois meses, pois a prefeitura tem recursos para isso.”

A professora conta que no dia 31 de março todos ficaram ansiosos em receber os salários, quando mais uma vez saíram decepcionados da boca do caixa em virtude do saldo zerado. “Nenhum centavo foi depositado em nossas contas”, lembra.

Segundo a professora, Valmir Monteiro deu uma entrevista à Radio Eldorado, no dia 3 de abril, quando afirmou que todos os prejudicados poderiam sacar seus vencimentos no dia 10, e que o valor seria retroativo aos dois meses de trabalho não pago.

“É pertinente ressaltar que o nosso prefeito, o Valmir da ‘Mudança’, não bastando o mal que já havia causado ao corpo docente contratado, chama toda a população de ignorante e inocente, pois não é possível que ele tenha pensado que essa de receber dinheiro no dia 10 de abril, Sexta-Feira da Paixão, feriado nacional, colaria”, relata, indignada, a docente.

Em outra entrevista, na mesma emissora, Valmir volta a prometer o pagamento para o dia 14 de abril. “Porém, mais uma promessa não cumprida, e até hoje, dia 20, não recebemos nada”, revolta-se a professora. ”Valmir se elegeu criticando a administração anterior, a qual ele taxava de incompetente. Mas o ex-prefeito Zezé Rocha, e até os anteriores, inclusive o Cabo Zé, nunca atrasaram o pagamento do servidor”, completa.

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