DEU NA TRIBUNA DA BAHIA

37 anos depois, opção é o Batistão


Mudanças nas “regras do jogo”, a necessidade da realização de uma sessão pública, concorrência para a contratação de empresas, vai impor ao governo do Estado um atraso de 30 a 60 dias na execução e conclusão das obras de liberação do Estádio de Pituaçu, para o Bahia disputar – inicialmente seria a partir de junho – a Série B do Campeonato Brasileiro. Sem a opção do Barradão, os dirigentes já iniciaram entendimentos com o governo do Estado de Sergipe para viabilizar a volta do time baiano ao Estádio Lourival Batista, em Aracaju, onde disputou o extinto Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o então Campeonato Brasileiro de 1970.
As críticas de setores da imprensa sobre os critérios que estavam sendo adotados pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, para a realização das obras emergenciais de requalificação, reforma e ampliação do Estádio Metropolitano de Pituaçu, através da Lei de Licitações 8.666, fizeram a Conder convocar, através de Edital Público, empresas para uma licitação aberta. A sessão pública será às 10 horas da manhã de hoje na Sedur – Secretaria de Desenvolvimento Urbano, na Avenida Edgar Santos, em Narandiba.
O Edital da Sedur – Secretaria de Desenvolvimento Urbano e da Conder – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, foi publicado na edição de quarta-feira do jornal A Tarde, e convoca os interessados para apresentar, em sessão pública, propostas para a execução de obras e serviços de engenharia para requalificação, reforma e ampliação do Estádio Roberto Santos – Pituaçu, seus acessos e sistema viário em Salvador. Isso significa que todas as empresas devidamente cadastradas e legalizadas junto ao governo, estarão concorrendo à licitação aberta para as obras, o que vai gerar um natural atraso do cronograma pela burocracia necessária e obrigatória de avaliação, aprovação e publicação dos vencedores.
A estréia do Bahia na competição nacional será no dia nove ou dez de maio, contra o Fortaleza. Apesar de esta data já ter sido estipulada há um bom tempo, a intenção do governo do Estado era de liberar Pituaçu somente em julho, seis meses depois do início das obras. O que não deve mais acontecer.
Diante deste mais novo impasse no caminho do Bahia na volta à Série B, a 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro, acrescidos com o clima “hostil” criado de parte a parte para a utilização do estádio Manoel Barradas, do Vitória, e da absoluta falta de outra melhor opção no Estado, os dirigentes já estão consultando o governo e a Federação Sergipana de Futebol para o time voltar ao estádio Batistão, 37 anos depois, para disputar uma competição nacional.


Em 70 o time disputou a Taça Roberto Pedrosa


Considerado o embrião do Campeonato Brasileiro, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, apelidado de "Robertão", foi criado em 1967 a partir do Torneio Rio-São Paulo, que foi ampliado para reunir os principais clubes do Brasil: Palmeiras, Corinthians, Santos, São Paulo e Portuguesa (de São Paulo), Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo e Bangu (do Rio de Janeiro), Internacional e Grêmio (do Rio Grande do Sul), Cruzeiro e Atlético (de Minas Gerais) e Ferroviário (do Paraná). Em 1968, foram incluídos Bahia e Náutico e o representante do Paraná foi o Atlético Paranaense.
Já a partir de 1969, com o nome de "Taça de Prata", o "Robertão" passou a ser considerado a mais importante competição de futebol do Brasil, inclusive substituindo a antiga Taça Brasil como forma de indicação dos dois representantes brasileiros para a Taça Libertadores da América. A última edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata, antes de sua transformação em Campeonato Brasileiro de Futebol, aconteceu em 1970, com o Fluminense vencendo seu primeiro título nacional ao empatar em 1 a 1 com o Atlético-MG.
Na época, com o estádio da Fonte Nova interditado pelo Governo do Estado para as obras de ampliação, inauguradas em março de 1971, o Bahia disputou a última edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em Aracaju.
Representantes da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), do Departamento Estadual de Habitação e Obras Públicas (Dehop), da Federação Sergipana de Futebol (FSF) e dos clubes definiram como serão as obras emergenciais de recuperação do Estádio Lourival Batista, que está interditado para jogos do Campeonato Sergipano de Futebol. Serão recuperados os sistemas elétrico, hidráulico, de esgoto e sanitário, receberá pintura nas arquibancadas e dependências, e as obras estarão prontas até o dia 13 de fevereiro, data do jogo entre Itabaiana e Vasco, pela Copa do Brasil de 2007
O gramado do Batistão receberá tratamento parcial. "Como não há tempo suficiente para recuperação total do gramado, com plantio de grama como era necessário, definimos pelo tratamento parcial. Vamos nivelar o piso e efetuar o tratamento com areia orgânica, adubo químico e muita água", disse Edson Barros, diretor de Praças de Esportes da Seel.
Para José Carivaldo Souza, presidente da FSF, esta solução resolve o problema. "Tivemos a garantia do engenheiro Joelson Fontes, diretor do Dehop, que essas medidas deixarão o estádio e o gramado prontos até o dia 13, data do jogo entre Itabaiana e Vasco da Gama, pela Copa do Brasil”, comentou Carivaldo.
Esta será uma reforma parcial. O governo do Estado quer fazer uma reforma completa no Batistão, transformando o estádio em uma arena multiuso, deixando o Lourival Baptista apto a receber jogos da Seleção Brasileira e servir de subsede para a Copa do Mundo de 2014.
"Essa reforma completa será feita ao fim desta temporada. Enquanto isso, a Dehop vai definir o projeto do novo estádio, que será apresentado ao governador Marcelo Déda, para aprovação", disse Carivaldo Souza.

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